(Re)pensar a qualidade das organizações educativas: olhares sobre a educação básica, secundária e superior
7 e 8 de novembro, 2019 | Departamento de Educação e Psicologia, Universidade de Aveiro
NOVA DATA PARA ENVIO DE TEXTOS FINAIS: 24 ABRIL, 2020
Já disponível: livro de resumos
Durante o IX Simpósio de Organização estará disponível, em formato impresso para entrega aos autores participantes no simpósio anterior, o Livro de Atas do VIII Simpósio de Organização e Gestão Escolar:
Rede escolar: (re)configurações, tensões e desafios
(disponível online)
Na sua 9ª edição, o Simpósio OGE propõe o desafio de (Re)pensar a qualidade das organizações educativas. Num cenário em que a retórica da qualidade tem vindo a expandir-se de forma assinalável no mundo educativo, como noutros setores da vida social, debater os sentidos, as conceções e as práticas que sinalizam organizações educativas de qualidade, desde a educação básica à educação superior, constitui um desafio tão necessário quanto complexo.
Com taxas de escolarização real perto dos 90%, desde o pré-escolar ao ensino secundário, e acima dos 33%, no ensino superior, Portugal aproxima-se da 3ª década do século XXI com indicadores que atestam o alargamento do sistema educativo ocorrido nas últimas décadas. Porém, aos “velhos” desequilíbrios (sociais, regionais…) que persistem no seu interior, e que não podem deixar de ser equacionados como obstáculos à democratização da educação, em sentido amplo, acrescenta-se a emergência de “novas” tensões por efeito, entre outros fatores, da intensificação da concorrência económica internacional ou da conflitualidade entre as fontes e processos da regulação da educação, desde o nível transnacional, ao nível nacional e local. As organizações educativas, face visível do sistema educativo, são hoje colocadas perante múltiplas e, por vezes, contraditórias pressões, cujo traço comum reside na exigência de proporcionarem uma melhor educação, uma educação de qualidade, constituindo-se, para tal, elas próprias, como organizações com qualidade. Esta preocupação encontra-se inscrita nas agendas políticas nacionais e internacionais, no pensamento de profissionais da educação, líderes educativos, estudantes, pais e na opinião pública em geral e fundamenta, portanto, a pertinência do tema proposto.
Justificada esta necessidade, torna-se inevitável reconhecer a pluralidade de entendimentos sobre o que é a qualidade da educação e das organizações educativas. Indissociável do modo como as próprias sociedades definem as finalidades da ação educativa, a qualidade é um conceito eminentemente histórico e político. Pretende-se, pois, colocar em discussão os diferentes imperativos, lógicas, racionalidades e práticas de qualidade das organizações educativas, e que traduzem, em última instância, distintas visões ideológicas sobre as finalidades educacionais. No atual cenário de redefinição do papel do Estado em matéria de educação, cabe analisar qual tem sido o pendor das retóricas da qualidade, como é que estas retóricas se têm transmutado nas políticas educativas e nas práticas das organizações educativas e como se projetam no futuro. Uma linha de análise possível, entre outras, situa num dos pólos a qualidade enquanto transposição para o mundo educativo das lógicas de mercado, assumidas como referencial na definição dos modos de gestão das organizações educativas e na intensificação dos padrões de competitividade e de produtividade. No polo oposto, a qualidade é entendida como garante da democracia e do seu aprofundamento, ao serviço de uma educação inclusiva, meio para a promoção da igualdade das oportunidades de sucesso de todos os estudantes e de uso dos saberes.
Neste simpósio, são bem-vindas as apresentações de investigações e análises políticas que explorem e estimulem o debate sobre a temática enunciada, sob diferentes pontos de vista, no panorama nacional e internacional.